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O que impede o desenvolvimento dos carros voadores?

Estamos prestes a entrar em uma nova era da aviação. A Era dos carros voadores!

Em 12 de junho de 2023, a Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) emitiu um Certificado Especial de Aeronavegabilidade para um modelo de veículo voador criado pela empresa Alef Aeronautics. Esse certificado permite que a aeronave voe em locais específicos para fins de exibição, pesquisa e desenvolvimento.

A Mobilidade Aérea Avançada (AAM), uma categoria geral que engloba aeronaves de carga ou passageiros altamente automatizadas, também conhecidas como táxis aéreos ou aeronaves de decolagem e aterrissagem vertical (VTOL), promete proporcionar um transporte porta a porta mais rápido e seguro.

No Brasil, a Embraer anunciou que fabricará eVTOLs em uma fábrica em Taubaté (SP), com previsão de entrega dos primeiros modelos em 2026, coincidindo com a celebração dos 150 anos do nascimento de Santos Dumont.

Os veículos voadores têm a vantagem de evitar atrasos causados por congestionamentos de tráfego terrestre e infraestruturas físicas regionais. Embora ainda estejamos distantes de ver carros voadores em larga escala, o reconhecimento do veículo da Alef representa um marco na história da mobilidade aérea.

No entanto, há muitos desafios a serem superados antes que os carros voadores possam se tornar realidade em nossas cidades. Um desses desafios é o ruído constante durante o voo, a decolagem e o pouso dessas aeronaves.

Os fundadores da Alef começaram a trabalhar nesse conceito em 2015 e criaram o primeiro protótipo de carro voador em tamanho real em 2019. O Modelo A é um veículo de passageiros para dois ocupantes, adequado para circular em estradas, com autonomia de 322 km no solo e 177 km no ar.

O Modelo A foi projetado com elegância e compacidade, assemelhando-se a um carro convencional. Sua decolagem não requer uma pista, e ele pode ser estacionado em vagas de estacionamento tradicionais.

carros voadores 01

Além disso, as inovações operacionais do Modelo A são tão significativas quanto sua forma física. A empresa afirma que a tecnologia patenteada do veículo permite que ele decole verticalmente e se transforme em um bimotor no meio do voo, onde suas portas se convertem em asas, buscando revolucionar nosso transporte diário.

Apesar dessas realizações, até o momento, apenas alguns poucos investidores tiveram o privilégio de testemunhar o Modelo A voando em uma demonstração em 2019, de acordo com o site da empresa. Além disso, várias dificuldades tecnológicas permanecem sem solução.

Jim Dukhovny, CEO da Alef Aeronautics, destaca que alguns dos componentes necessários ainda não estão disponíveis no mercado, mencionando a necessidade de sistemas de propulsão altamente especializados para evitar o estresse diferencial.

O tamanho, o peso e o preço serão fatores determinantes para a disponibilidade pública desses veículos e a viabilidade de sua operação segura.

A Alef, com sede na Califórnia (EUA), planeja iniciar a fabricação dos carros voadores em 2025 ou início de 2026, embora os veículos já estejam disponíveis para pré-venda, com preço atual de US$ 300 mil (cerca de R$ 1,44 milhão), com a expectativa de que o custo em escala seja reduzido para US$ 35 mil (cerca de R$ 168 mil).

O Modelo A é classificado como um “veículo de baixa velocidade” ultraleve, uma categoria legal originalmente destinada a carrinhos de golfe e pequenos veículos elétricos. Como tal, ele está sujeito a rígidas orientações emitidas pela Agência de Segurança do Tráfego Rodoviário dos Estados Unidos.

Apesar de ser pioneiro e representar um avanço significativo na tecnologia de mobilidade aérea, o Modelo A ainda enfrenta desafios significativos antes que sua utilização em larga escala seja uma realidade. Questões como segurança, regulamentação, impacto na vida urbana e custo precisarão ser tratadas cuidadosamente.

A FAA imagina que os “táxis aéreos” operarão em corredores específicos entre aeroportos e vertiportos nas áreas urbanas, mas a falta de planejamento de rotas e trajetórias para carros voadores é um obstáculo a ser superado.

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Outra preocupação importante é o ruído. O funcionamento comercial em larga escala dos carros voadores pode resultar em centenas de decolagens e pousos por hora, tornando difícil projetar veículos excepcionalmente silenciosos. Propulsores elétricos e outras técnicas de propulsão podem ajudar a reduzir a poluição sonora, mas normas governamentais rigorosas podem ser necessárias para controlar os níveis de ruído.

A Nasa está colaborando com a FAA, pesquisadores universitários e líderes do setor para desenvolver ferramentas de software que prevejam os ruídos da AAM e estudar a reação humana a esses sons.

Em resumo, a era dos carros voadores está se aproximando, mas ainda há vários desafios tecnológicos, regulatórios e de segurança a serem superados antes que eles possam se tornar uma realidade comum em nossas cidades.

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.

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